Coronavírus: tecnologia promete auxiliar pacientes e gestores de saúde  | ICTB - Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos

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26/08/2020

Coronavírus: tecnologia promete auxiliar pacientes e gestores de saúde 

Por Mônica Mourão

Projeto do ICTB é contemplado em edital de inovação do Ministério da Saúde

Cinco meses após o espalhamento do novo coronavírus ser decretado como uma pandemia e, ainda sem soluções efetivas, a Covid-19 continua a surpreender pela variedade de sintomas que pode apresentar. Por isso, a detecção precoce de infecção pelos Sars-CoV-2, é essencial para aumentar as chances de uma boa evolução clínica dos pacientes, além de permitir a adoção de medidas pelos os gestores públicos em tempo adequado. Foi pensando nisso que o Laboratório de Inovação, vinculado ao Núcleo de Inovação Tecnológica do Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos (NIT/ICTB/Fiocruz) criou um chatbot – um programa de computador que simula uma conversa real – para atendimento de pessoas com suspeita da Covid-19. O projeto foi um dos dez aprovados no Inova SVS/MS, um programa de pré-aceleração de soluções para problemas relevantes do SUS, promovido pelo Ministério da Saúde. 

A Dra June, nome em homenagem à cientista que identificou o primeiro coronavírus humano, reproduz o primeiro atendimento recomendado no protocolo de manejo clínico do coronavírus, do MS. Embora já existam chatbots com o mesmo propósito no mercado, o robô do Laboratório de Inovação do ICTB conta com alguns diferenciais importantes, principalmente considerando o cenário brasileiro de múltiplas desigualdades. Um deles é a geolocalização e integração com as lideranças comunitárias e órgãos de saúde, que poderia permitir, por exemplo, prioridade de atendimento médico aos pacientes com sintomas mais graves da enfermidade. Outro fator de destaque é o acesso via WhatsApp: “ No Brasil, o acesso à internet e a um celular que tenha hardware suficiente para baixar novos apps é uma dificuldade para muitas pessoas. Por isso, o Dra June é acessado via link que leva ao Whatsapp e, então, inicia um diálogo simples e direto. É diferente de chatbots em que o usuário precisa instalar um app e consumir mais dados do seu plano de internet”, explica Klena Sarges, pesquisadora do Laboratório de Inovação do ICTB. A cientista ressalta ainda a acessibilidade proporcionada por este tipo de solução: “Nós pensamos também nos deficientes visuais, idosos, analfabetos e pessoas com problemas motores. Eles podem ter acesso ao atendimento, sem problemas, falando com a Dra June”. 

Para chegar às mãos da população, o projeto ainda precisa passar por todas as etapas do Inova SVS/MS. O chatbot também recebeu o prêmio Cientistas pela Vida, pelo 3o lugar no HackCovid19, um hackathon voltado para o enfrentamento da pandemia da Covid-19, organizado pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pelo Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC).

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