Macacos Cynomolgus (Macaca fasciculares)

Origem: os macacos cynomolgus pertencem à mesma família dos macacos rhesus e, assim como eles, são considerados excelentes animais de laboratório. São originários da Indochina, Burma, Indonésia, Filipinas e Índia onde habitam costas primárias e secundárias, margens de pântanos e rios, tolerando inclusive, a presença de humanos.

Procedência: o estabelecimento da colônia de M. fascicularis do ICTB teve origem a partir de um convênio de cooperação entre o Brasil e o Canadá em 1988, com a importação de 50 exemplares para a realização de testes de neurovirulência da vacina antiamarílica.  Os animais, procedentes das Filipinas, permaneceram sob quarentena no Centro de Primatas de Hazleton em Reston, Virgínia / Estados Unidos da América (E.U.A.), até que pudessem ser exportados para o Brasil. Todos os animais recebidos possuíam atestado sanitário que garantia ausência de doenças infecto-contagiosas. Desde sua implantação, a colônia vem se mantendo fechada à introdução de novos animais.

Características morfológicas: os macacos cynomolgus possuem coloração marrom claro à marrom acinzentado e face marrom-pink. Ao contrário dos macacos rhesus, possuem cauda bastante longa, mas exibem o mesmo padrão de variação de pesos e medidas observado para macacos rhesus cativos ou de vida livre. Os machos adultos medem entre 37 e 62 cm e pesam entre 4,7 a 8,3 kg na natureza contra 41 a 65 cm e 3,9 a 11,3 kg em cativeiro. As fêmeas adultas atingem estatura entre 36 a 42 cm e pesam entre 3 a 6 kg na natureza, contra 38,5 a 50 cm e 2,5 a 5,7 kg em cativeiro.

Biologia e comportamento: possuem hábitos diurnos e sua dieta em vida livre é constituída basicamente de frutas e outras partes vegetais, mas pequenos vertebrados também podem ser consumidos.  Vivem em grupos sociais em sistema de poligamia e não são considerados sazonais. As fêmeas exibem ciclo menstrual de 28 a 32 dias de duração e um período de gestação de 155 a 165 dias, após o qual parem um único filhote.

Criação no ICTB: os macacos cynomolgus são alojados em gaiolas coletivas no mesmo sistema que M. mulatta, dispostas em linha, medindo 9,40 m² distribuídos entre área interna e externa e confeccionadas em ferro galvanizado. A área externa contém poleiros em madeira, piso de concreto, bebedouro automático e sistema de escoamento de dejetos. Não há sistema de climatização, portanto os animais encontram-se sujeitos às alterações de umidade e temperatura ambientais. Para tanto, há uma área interna (refúgio) que possui poleiros em madeira e o piso de concreto recoberto de maravalha.

Por possuírem dieta bem semelhante à de M. mulatta, aplica-se o mesmo manejo alimentar para ambas espécies.

Aplicações nas pesquisas da FIOCRUZ: atualmente M. fascicularis é utilizada para o desenvolvimento e teste de vacina de imunogênica contra tuberculose; produção de uma vacina inativada contra o vírus da hepatite A; infecção experimental pelo Trypanosoma cruzi: imunoprofilaxia, imunoterapia e teste de drogas tripanocidas; circulação de espécies de Campylobacter em primatas não-humanos mantidos em cativeiro; monitoramento sanitário de animais criados e mantidos para pesquisa biomédica.