Primeiras dissertações do mestrado profissional do ICTB são defendidas | ICTB - Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos

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02/01/2018

Primeiras dissertações do mestrado profissional do ICTB são defendidas


Thais Veronez explica detalhes da pesquisa sobre bem-estar de camundongos à banca (Foto: Gian Cornachini)

Prestes a fechar 2017, o ICTB teve uma grande conquista para comemorar. Depois de quase dois anos em atividade, o Mestrado Profissional em Ciência em Animais de Laboratório (MPCAL) — primeiro curso de pós-graduação da unidade e pioneiro na área, no Brasil, contou com a defesa de suas primeiras dissertações. Os trabalhos, apresentados ao público nos dias 18 e 19/12, pautaram-se nos cuidados com o bem-estar animal e no princípio dos 3Rs (sigla em inglês para redução, refinamento e substituição do uso de animais em pesquisa) e firmaram o papel do curso no desenvolvimento de tecnologias em biomodelos.

A mestranda Thais Veronez de Andrade Martins inaugurou as defesas com a dissertação “Avaliação da preferência pelo tipo de enriquecimento ambiental utilizado por camundongos Swiss Webster em biotério através do sistema de gaiolas interligadas (SGI)”. O objetivo da pesquisa foi analisar o comportamento de camundongos mantidos em biotério e descobrir os tipos de materiais que mais os atraem. Segundo Thais, dentre os objetos utilizados para enriquecimento ambiental — técnica para tornar o espaço mais atrativo e propício para as espécies desenvolverem seu comportamento natural —, o iglu e o papel absorvente foram os preferidos pelos roedores estudados. “Esses conhecimentos podem influenciar diretamente em um melhor manejo dos camundongos e enriquecimento ambiental, além de promover o bem-estar animal”, destacou ela. Lisonjeada por contribuir positivamente com pesquisas na área declarou: “Sinto-me extremamente feliz em fazer parte da história do MPCAL e por contribuir para o aprimoramento dos conhecimentos na ciência em animais de laboratório”.

Paula Borba defende método de diagnóstico de bactéria por meio de ovo de galinha. (Foto: Gian Cornachini)

A segunda defesa do MPCAL foi a da mestranda Paula Borba Cruz, que apresentou o trabalho “Produção de IgY anti-Campylobacter sp. para pesquisa de coproantígenos em amostras fecais de Macaca mulatta e Macaca fascicularis”. A pesquisa centrou-se em refinar um método para diagnosticar, em primatas não-humanos, a presença da bactéria Campylobacter jejuni, que causa diarreias. Em vez de utilizar coelhos na produção de anticorpos a partir da inoculação da bactéria, Paula propõe desenvolver essas moléculas em ovos de galinha. “A bactéria não causa nenhum dano ou dor na galinha, mas estimula-a a liberar o anticorpo na gema do ovo, em maiores concentrações — sendo que precisaríamos de muitos coelhos para conseguir a mesma quantidade”, explicou ela.

Ambas as dissertações foram muito bem avaliadas pela coordenadora do MPCAL, Maria Inês Doria Rossi, que valorizou a importância do mestrado do ICTB no desenvolvimento de técnicas que visam diminuir o uso de animais em pesquisas: “Esses trabalhos têm foco no bem-estar animal e nos 3Rs, que é o que nosso mestrado propõe. Estamos estudando metodologias para refinar as pesquisas, reduzir o número de animais e nos aproximarmos de métodos alternativos. A meta é chegar a um cenário tecnológico que dispense o uso de animais em pesquisas”. 

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