Saimiri sciureus e ustus | ICTB - Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos

Cecal

Centro de criação de animais de laboratório

Início do conteúdo

Saimiri sciureus e ustus

Macacos-de-cheiro (Saimiri sp. e ustus)

Origem: os macacos-de-cheiro (família Cebidae) são originários da América Latina, estendendo-se da Costa Rica ao Sul da Amazônia e Bolívia, com maior prevalência na região Amazônica. Habitam áreas de florestas tropicais.

Procedência: ambas espécies criadas no ICTB são provenientes de resgates para construção de usinas hidrelétricas na região amazônica, no ano de 1987. Saimiri sciureus foram resgatados de Balbina, no estado do Amazonas e S. ustus de Samuel, em Rondônia. 

Biologia e comportamento: apesar de todas as espécies do gênero Saimiri serem popularmente conhecidas como macacos de cheiro, apresentam diferenças fenotípicas significativas. S. sciureus possuem arcos orbitais arredondados, do tipo romano, orelhas pontiagudas e com presença de pêlos.  Já para S. ustus os arcos orbitais apresentam-se com formato em “V”, do tipo gótico, as orelhas possuem formato arredondado e ausência de pêlos. São mais robustos do que os S. sciureus.

Todas as espécies do gênero possuem hábitos diurnos e são exclusivamente arborícolas, alimentando-se de frutas, cereais, vegetais e alguns insetos. Possuem em média 30 cm de comprimento e peso em torno de 600-800g, pelagem curta e espessa, de coloração que varia conforme a espécie, porém no geral têm as partes superiores cinza-oliva-amareladas e as inferiores branco-amareladas. São animais poligâmicos e vivem em grupos sociais tão pequenos quanto 10 ou tão grandes quanto 300 indivíduos, formados por múltiplos machos e múltiplas fêmeas.

Os macacos de cheiro são marcadamente sazonais. O período de cópula de S. sciureus ocorre entre junho e setembro e os nascimentos de dezembro a fevereiro. Durante a época reprodutiva, exibem mudanças tanto morfológicas quanto fisiológicas, como ganho de peso (“fatting”) nos machos e alterações comportamentais nas fêmeas.

As fêmeas de Saimiri sp começam seus períodos reprodutivos com aproximadamente 36 meses de idade. O ciclo estral é de 7 a 12 dias, sendo este bastante curto quando comparado com fêmeas de primatas de outros gêneros.  O período de gestação varia entre de 148 a 172 dias, terminando com o nascimento de um único filhote que é desmamado por volta de seis meses de idade.

Criação no ICTB: os macacos do gênero Saimiri são alojados em gaiolas coletivas (um macho reprodutor para até 15 fêmeas em idade reprodutiva), localizadas em ambiente arborizado e com iluminação natural. O programa de alimentação é o mesmo dos macacos do Velho Mundo, porém o hortifruti é cortado em pedaços menores. São feitas suplementações alimentares com tenébrio e melaço de cana-de-açúcar enriquecido com vitaminas.

Aplicações nas pesquisas da FIOCRUZ: os macacos-de-cheiro representam grande interesse para estudos biomédicos devido seu tamanho relativamente pequeno e facilidade de contenção. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) são considerados modelos adequados para pesquisas com ensaios pré-clínicos e vacinais contra malária. Assim, na Fiocruz, são utilizados para o desenvolvimento e avaliação pré-clínica de vacinas antimaláricas; e também em estudos sobre a circulação de espécies de Campylobacter spp. em primatas não-humanos mantidos em cativeiro e identificação citogenética das espécies do gênero Saimiri.

Imprimir   |      |   Voltar ao topo   |   Voltar