
Os hamsters de laboratório, em especial o hamster sírio (Mesocricetus auratus), são biomodelos valiosos em diversas áreas da biomedicina. Embora tenham sido descritos na natureza em 1839, sua introdução como animal de laboratório ocorreu na década de 1930, quando uma colônia foi estabelecida por cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém para estudos sobre leishmaniose.
O hamster sírio é um roedor de hábitos majoritariamente noturnos e apresenta comportamentos sociais complexos. Entre suas características, destaca-se o comportamento territorial das fêmeas, que podem demonstrar maior agressividade em relação a outros indivíduos. No entanto, quando criados em grupo desde o desmame, tendem a desenvolver interações mais estáveis e harmoniosas ao longo da vida em cativeiro. Suas particularidades comportamentais, anatômicas e fisiológicas tornam esse modelo amplamente aplicável em pesquisas científicas, especialmente nos estudos sobre comportamento, desenvolvimento de tumores, infecções causadas por parasitas, bactérias e vírus, além de investigações nas áreas cardiovascular, odontológica e respiratória.
No ICTB, os animais são criados pelo método de acasalamento poley, com o objetivo de preservar a variabilidade genética das colônias. Além disso, são mantidos em condições livres de patógenos específicos (Specific Pathogen Free – SPF), o que assegura que não estejam contaminados por microrganismos que possam comprometer sua saúde ou interferir nos resultados experimentais. Para manter esse padrão sanitário elevado, são adotadas rigorosas medidas de biossegurança, como controle de acesso, uso de equipamentos de proteção individual, desinfecção criteriosa de materiais, ambientes com pressão de ar controlada e quarentena para novos animais. Essas práticas são fundamentais para prevenir a entrada e disseminação de agentes infecciosos.
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