Rhesus

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Macaco Rhesus (Macaca mulatta)

Origem: os macacos rhesus (família Cercopithecidae) são originários da Ásia Central, do Afeganistão à Índia e da Tailândia ao sul da China, habitando desde florestas tropicais à temperadas. Devido sua vasta distribuição são sumariamente divididos em macacos rhesus chineses ou indianos.

Procedência: a colônia de M. mulatta do ICTB iniciou-se em 1932, quando o pesquisador brasileiro Dr. Carlos Chagas importou 100 indivíduos da Índia. A principal finalidade da importação dos animais era o desenvolvimento de estudos que envolviam o preparo da vacina anti-amarílica, objetivando viabilizar a imunização da população humana do Brasil, Paraguai, Bolívia, Argentina, Nicarágua entre outros países. Os animais também foram destinados ao desenvolvimento de pesquisas relativas a outras doenças tropicais de alta relevância médica e científica.

Características morfológicas: A coloração da pelagem é marrom clara ou bege amarelada com face nua, róseo-avermelhada. Em cativeiro os macacos rhesus tornam-se um pouco menores e mais pesados do que os espécimes da natureza. Os machos adultos medem entre 53,2 cm de altura corpo/ cabeça e pesam entre 7,7 kg na natureza contra 48,8±6,3 cm e 10,4±3,3 kg em cativeiro.As fêmeas adultas atingem estatura 46,2 cm e pesam entre 5,3 kg na natureza, contra 44,3±3,9 cm e 8,6±2,0 kg em cativeiro.

Biologia e comportamento: A dieta de macacos rhesus em vida livre é basicamente vegetariana, constituída por folhas, frutos, tubérculos e ocasionalmente pequenos vertebrados. Outros constituintes da sua dieta são sementes, resina e goma de plantas, gramíneas, casca de árvores, bulbos e botões de plantas, flores e pequenos invertebrados. As fêmeas exibem ciclo menstrual de 26 a 30 dias de duração e um período de gestação de 165 a 175 dias, após o qual parem um único filhote.

Criação no ICTB: os macacos rhesus são alojados em grupos coletivos, em sistema de harem (um macho reprodutor para até 10 fêmeas em idade reprodutiva). Os recintos (gaiolões) possuem 36 m2 de área e 3,5 m de altura, onde são dispostos poleiros, tambores, troncos de árvores e brinquedos trocados periodicamente de acordo com o Programa de Enriquecimento Ambiental. Os gaiolões se localizam em ambiente arborizado, de iluminação natural, com temperatura ambiente não controlada. Assim, cada gaiolão possui uma área reservada, utilizada como refúgio, fechada e com piso coberto com maravalha autoclavada.

O manejo alimentar dos animais compreende a oferta de ração comercial para primatas (Nuvitalâ) e água ad libitum fornecida por meio de bebedouros automáticos. Além da ração, os animais recebem um complemento alimentar com produtos hortifrutigranjeiros à base de frutas, verduras, ovos e sementes de girassol, por meio de cardápio balanceado que varia conforme o dia da semana.

Aplicações nas pesquisas da FIOCRUZ: M mulatta é a espécie de primata não humano mais bem estudada e utilizada em pesquisa em todo o mundo. Em consequência, historicamente, os macacos rhesus têm contribuído de maneira siginificativa para a saúde humana como no desenvolvimento da vacina contra raiva e poliomielite; na descoberta do fator Rh sangüíneo; no desenvolvimento de drogas contra HIV/ AIDS, avanços estes que provavelmente não teriam sido alcançados sem a utilização destes animais.

Na Fiocruz, M. mulatta é empregado como modelo experimental para desenvolvimento de vacinas recombinantes para Leishmaniose; desenvolvimento de vírus vacinal de febre amarela; teste de neurotropismo e neurovirulência do vírus vacinal da febre amarela; circulação de espécies de Campylobacter em primatas não-humanos mantidos em cativeiro; monitoramento sanitário de animais criados e mantidos para pesquisa biomédica.