Por Mônica Mourão
O Instituto de Ciência e Tecnologia e Biomodelos (ICTB/Fiocruz) concluiu em agosto a adaptação de instalações no Serviço de Criação de Primatas Não Humanos (SCPrim): a adequação de uma área de criação — agora, protegida contra insetos transmissores de doenças — e a construção de um laboratório de biotecnologia reprodutiva. As melhorias visam refinar técnicas de manejo, reduzir o número de biomodelos e, futuramente, possibilitar a atuação em pesquisas de preservação e conservação ambiental.
O espaço abrigará animais livres de dengue, zika, febre amarela, herpes B e tuberculose. “A segurança de que eles seguirão livres desses patógenos, por estarem em um ambiente protegido, permitirá maior agilidade às pesquisas relacionadas a essas doenças na Fiocruz e a redução do número de biomodelos na colônia, proporcionando a eles maior bem-estar”, esclarece o chefe do SCPrim, Fábio Alves.
Colaboradores do ICTB conhecem as novas instalações da primatologia (Crédito: Gian Cornachini)
Já o laboratório objetiva desenvolver técnicas capazes de aprimorar a genética dos animais, contribuindo para reduzir o número de espécimes nas colônias e beneficiando a cadeia de produção e inovação da Fiocruz. No futuro, segundo Fábio, há a possibilidade, ainda, de ofertar serviços a outras instituições de pesquisa. “Poderíamos participar de projetos de preservação de espécies ameaçadas de extinção ou de conservação ambiental, por exemplo, beneficiando o meio ambiente e, consequentemente, a sociedade”, explica.
A diretora da unidade, Carla Campos, destaca que os primatas não humanos são biomodelos experimentais diferenciados, que têm papel fundamental na realização de pesquisas científicas avançadas e na produção de vacinas pela Fiocruz — fornecidas gratuitamente à população por meio do Programa Nacional de Imunizações. “Com criatividade, dedicação e apoio institucional foi possível efetivar estas ações, que se reverterão em ganhos qualitativos substanciais para a Fiocruz e para a sociedade”, destaca ela.